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Quais são as lesões de quadril mais comuns no esporte?

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Por que os atletas precisam se preocupar com a saúde do quadril? Lesões de quadril são muito recorrentes no esporte, principalmente entre atletas de alta performance. O quadril e a coxa dos atletas são regiões bastante afetadas por eventos esportivos, como competições, e isso pode causar vários tipos de danos, como lesões. 

O quadril é uma articulação profunda e cercada de grandes músculos, tecidos, nervos e vasos. Consequentemente, ele possui uma grande quantidade de estruturas expostas à lesão.

A maioria das lesões nos atletas são extra-articulares e podem ocorrer de forma aguda, crônica ou ser provocada por problemas em outros locais do corpo, como lombar, joelho e músculos do abdômen. 

Artrose do quadril

Nesse sentido, as lesões de quadril mais comuns no esporte podem ser subdivididas em intra e extra-articulares, e as lesões da coxa podem ser subdivididas em lesões agudas e crônicas. As lesões na coxa são mais comuns que as em torno do quadril, mas analisaremos aqui, de início, apenas as lesões relacionadas ao quadril. 

As lesões mais comuns no quadril em atletas

O quadril possui uma anatomia complexa. Por esse motivo, o diagnóstico de uma lesão na área pode ser difícil ou confuso. Além disso, lesões no quadril são menos frequentes que em outros segmentos dos membros inferiores.

No entanto, as lesões de quadril no esporte resultam em longos períodos afastados dos treinos, uma vez que há a necessidade de uma reabilitação intensiva antes do retorno ao esporte.

Na maioria dos casos, uma história clínica e esportiva bem colhidas e um exame clínico direcionado podem culminar em um diagnóstico assertivo.

Ademais, exames complementares geralmente são capazes de confirmar ou afastar as hipóteses diagnósticas e definem a extensão e o tipo das lesões.

Existem dois tipos de lesões de quadril: as lesões ósseas e as lesões em partes moles intra-articulares. Além disso, elas podem ser divididas em lesões intra-articulares e peri-articulares.

As lesões intra-articulares mais comuns são a síndrome do impacto fêmoro-acetabular (IFA), a lesão do lábio acetabular, a lesão do ligamento redondo e lesões condrais.

Por sua vez, as lesões peri-articulares mais comuns são a síndrome do piriforme, a síndrome dolorosa trocantérica, a síndrome do ressalto (Snapping Hip), a síndrome do glúteo médio e o “Hip Pointer”. Analisaremos cada uma delas a seguir. 

Síndrome do impacto fêmoro-acetabular (IFA)

A IFA ocorre quando há um contato anormal entre a cabeça do fêmur e o acetábulo (cavidade do quadril), levando a desgaste na articulação. 

Os sintomas mais comuns incluem dor articular, limitação da flexão, adução e rotação interna, sinal do C, sintomas conforme lesões associadas.

O tratamento pode incluir intervenção cirúrgica, no caso de pacientes sintomáticos. Ele pode ser realizado por via aberta ou artroscópica. No caso dos atletas, a artroscopia é a técnica mais adequada.

Lesão do lábio acetabular

Outra das lesões de quadril muito comuns no esporte é a lesão lábio acetabular. Ela ocorre quando a estrutura que envolve a articulação do quadril se rompe ou sofre desgaste. 

Os principais sintomas incluem dor inguinal, sinal do C, teste da flexão adução, dor a flexão ativa resistida, intolerância à posição assentada. Esse tipo de lesão de quadril é mais comum nos esportes como hockey, futebol, golfe, baseball, tênis, entre outros.

Golfe é um dos esportes que pode causar lesão no quadril


A confirmação do diagnóstico deve ser feita por meio de uma artro-ressonância magnética do quadril. O tratamento, por sua vez, é cirúrgico, pois a lesão é precursora de degeneração articular. O ideal, nesse caso, é a intervenção artroscópica, pois apresenta menor morbidade e menor tempo para recuperação.

Lesão do ligamento redondo

Esse tipo de lesão está geralmente associada a traumas de alta energia (luxações do quadril) e foram relatadas em jogadores de hóquei no gelo, futebol americano e praticantes de esqui.

Em grande parte dos casos, esse tipo de lesão coexiste com outras lesões intra-articulares e são acompanhados de sintomas mecânicos e dor intensa. Alguns pacientes podem queixar-se apenas de dor inguinal.

O tratamento cirúrgico mais indicado é a artroscopia, que consiste no desbridamento das fibras lesadas, e ela tem um índice de ótimos resultados. O retorno das atividades esportivas pode ocorrer após 1 a 3 meses, geralmente.

Lesões condrais

Esse tipo de lesão está geralmente associada a deformidades pré-existentes, como impacto fêmoro-acetabular, especialmente a deformidade tipo came da cabeça femoral.

Em algumas atletas do sexo feminino observamos lesões tipo “watershed” na ausência de deformidades ósseas identificáveis, trauma ou outras causas conhecidas de lesão labial, ou condral. Alguns sintomas podem incluir dor, bloqueio, falseio e ressaltos.

A artroscopia, nesse caso, é a melhor opção, pois permite o diagnóstico em casos duvidosos, possibilita a retirada de corpos livres de forma minimamente invasiva e permite o desbridamento das lesões e microfraturas.

Síndrome do piriforme

A síndrome do piriforme é causada pela compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme na incisura isquiática, pela irritação crônica do músculo ou por alterações anatômicas

A variação anatômica mais comum é a divisão fibular do nervo ciático atravessa o músculo piriforme.

Alguns sintomas comuns dessa lesão em atletas são: cãibras na nádega com ou sem irradiação. O tratamento, por sua vez, inclui correção de alterações biomecânicas (discrepâncias, obliquidade pélvica e alterações do pé e tornozelo e/ou postura)

Síndrome dolorosa trocantérica

Essa síndrome pode ser desencadeada pelo treinamento inadequado. Corridas em planos lateralmente inclinados (como estradas), se realizada sempre no mesmo sentido (por exemplo, contra o fluxo de veículos) implica em tensão aumentada na banda iliotibial do membro do lado baixo da via (no exemplo dado sempre o lado esquerdo) provocando o impacto contra os tendões abdutores.

Mulheres com trocanter proeminente ou pelve larga estão mais suscetíveis a essa síndrome. Sintomas como dor no momento da adução passiva (contração do músculo interno da coxa) com rotação interna do quadril e à abdução ativa, confirmam o diagnóstico.

Radiografias podem evidenciar calcificações, mas são mais úteis na exclusão de outros diagnósticos. Por outro lado, a ultrassonografia pode evidenciar acúmulo de líquido na bursa trocantérica e o resvalo do trato iliotibial.

O tratamento conservador inclui, na maioria dos casos, gelo local, repouso, ultrassom, alongamento do trato iliotibial e fortalecimento muscular.

Os atletas podem retornar ao esporte ocorre em 6 a 8 semanas, devendo adequar o treinamento.

Quando o quadro não melhora após o tratamento conservador, indica-se injeção de corticosteroides locais. Além disso, várias técnicas cirúrgicas (abertas e artroscópicas) estão disponíveis para casos não responsivos, com resultados variáveis: bursectomia, alongamentos e excisão parcial do trato iliotibial, desbridamento ou reparo de lesões tendinosas.

Síndrome do ressalto (Snapping Hip)

Esse tipo de lesão pode ser medial, causado pelo contato do tendão do músculo ílio-psoas na eminência ílio-pectínea ou pelo contato desse tendão contra a cabeça femoral com alteração do tipo “cam” de impacto fêmoro-acetabular. 

Os atletas mais suscetíveis são os que praticam corridas de longa distância, tênis, natação e futebol. Atletas que praticam exercícios com flexão repetitiva do quadril e do joelho, como dançarinos, ciclistas, corredores e surfistas, também pode desenvolver a síndrome. 

Os ciclistas estão propensos a lesões de quadril do tipo snapping hip

Entre as lesões, a mais comum é lateral. O estalo pode ser indolor, mais na maioria das vezes é acompanhada por um ponto doloroso acima do grande trocânter, quando o quadril vem da posição de extensão para flexão em pacientes com bursite causada pelo atrito.

O tratamento inclui repouso, alongamento da banda iliotibial e medicações anti-inflamatórias não-esteroidais associado a modificações das atividades. Ocasionalmente infiltrações com corticoesteróides na bursa do grande trocanter podem ser utilizadas.

Síndrome do glúteo médio

Essa síndrome pode ocorrer devido à prática de esportes que demandam uso excessivo do mecanismo abdutor, como artes marciais, ciclismo, aeróbica e dança.

Um quadro doloroso desencadeado pela atividade esportiva, pode ocorrer nas fases mais avançadas, afetando até as atividades diárias.

Para confirmar o diagnóstico, o ideal é realizar uma ressonância magnética. Já o tratamento é essencialmente conservador, semelhante ao da síndrome dolorosa trocantérica.

“Hip Pointer”

Consiste na contusão da crista ilíaca ou do trocanter maior. Os sintomas variam de moderados a graves. Essa lesão ocorre com relativa frequência no futebol, hóquei no gelo, beisebol ou qualquer esporte que envolva quedas sobre uma superfície dura.

Alguns sintomas característicos são dor e inchaço progressivos. Caso os hematomas que não regridem, eles devem ser drenados. 

O tratamento inicial deve ser feito com gelo, repouso, elevação do membro, compressão e muletas para alívio da dor. Também é aconselhado repousar em posição confortável.

O retorno ao esporte ocorre após 2 a 8 semanas, dependendo da gravidade.

Como tratar as lesões de quadril no esporte? 

Conforme citamos, cada tipo de lesão precisa um tratamento diferenciado. No caso de lesões menos severas, o tratamento pode ser mais conservador e menos invasivo. Todavia, caso a lesão seja mais agressiva, é provável haver a necessidade de intervenção cirúrgica. 

Se você é atleta e tem algum dos sintomas descritos, entre em contato comigo e agende uma consulta.

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