Giancarlo Polesello - ortopedista especialista em quadril

Impacto fêmoro-acetabular

1. INTRODUÇÃO

Vários fatores podem coexistir nas causas do desgaste da articulação do quadril, também conhecido como artrose. Anormalidades genéticas, do formato da articulação e bioquímicas. Embora o mecanismo do processo degenerativo que acometem alguns tipos específicos de doenças sejam conhecidos, grande parte das artroses que até então consideramos “sem causa aparente” merecem maior esclarecimento, pois infelizmente ainda permanecem como a causa mais comum de artrose do quadril. Baseado em observações há mais de 40 anos (1-9), acredita-se que todas as artroses “sem causa aparente” sejam secundarias a sutis alterações acetabulares e femorais previamente subestimadas ou não reconhecidas. Existem evidências crescentes de que o Impacto Fêmoro-Acetabular (IFA) exerça papel importante na causa mecânica do desenvolvimento da artrose do quadril (10).

O impacto fêmoro-acetabular é capaz de fazer estragos na articulação do quadril, uma vez que provoca alterações mecânicas articulares que geram um ciclo vicioso de ação e reação do corpo humano. A literatura publicada a respeito deste assunto é unânime nessa afirmação (1-22).

Diferentemente do joelho, onde as alterações da cartilagem e dos ligamentos são a causa mais freqüente das artroses, no quadril o dismorfismo ósseo, ou seja, alterações no formato anatômico dos ossos, como a displasia (falta de cobertura adequada da cabeça femoral) e o IFA levam à lesão do complexo condro-labial (a transição entre a cartilagem dentro do acetábulo e o lábio, cujas estruturas têm densidades diferentes e podem romper-se – está bem representado na animação) e o conseqüente desgaste articular (23). O ortopedista tem a obrigação de reconhecer estas alterações.

Figura 1 – Clique para ampliar

A propósito, a palavra lábio acetabular (Figura 1) vem de labrum, que em latim significa lábio. Chama-se lábio porque fecha a entrada; fecha a boca acetabular como objetivo de ajudar na estabilidade articular do quadril e aumentar a superfície de contato entre a cabeça femoral e o acetábulo (em cerca de 22%), com isso aliviando as pressões de carga entre esses dois ossos.

A discussão entre os médicos especialistas, na questão da artrose em pacientes jovens, até há pouco tempo atrás limitava-se em indicar osteotomias (seccionar o osso e modificar a sua posição para mudar a mecânica de contato e distribuição de pressões entre superfícies articulantes), artroplastia (outro nome para prótese articular) ou artrodese (fusão entre duas superfícies articulares provocada cirurgicamente. Quando essa fusão ocorre de forma natural chama-se anquilose articular).

Resumindo, atuar após o desarranjo articular completo.
Com os resultados cirúrgicos favoráveis a curto prazo utilizando-se a técnica aberta (18,24-26), o tratamento artroscópico tem surgido como nova e promissora opção (27).
Nossa perspectiva, assim como a de muitos autores em todo o mundo é que os resultados do tratamento artroscópico do impacto fêmoro-acetabular são favoráveis e comparam-se aos do tratamento aberto. Hoje sabe-se que a lesão de partes moles associada ao impacto fêmoro-acetabular é a causa dos sintomas, mas há algum (pouco) tempo atrás isso não era conhecido, mesmo que isso pareça óbvio depois da leitura da evolução dos conhecimentos acerca dessa afecção.

 

2. O QUE É O IMPACTO FÊMORO-ACETABULAR

Um dos principais ortopedistas da Suíça, chamado Reinhold Ganz, desenvolveu uma operação para corrigir quadris displásicos. Displasia do quadril é o termo utilizado para falar que um quadril é mal coberto, ou seja, existe uma deficiência congênita ou durante a fase de desenvolvimento de uma criança, onde ocorre a cobertura incompleta das superfícies articulares. Com isso, depois que o indivíduo fica adulto, pode acontecer uma situação de hiper-pressão entre as superfícies articulares, ou mesmo lesão de partes moles em volta da articulação pelo excesso de solicitação mecânica para manter a estabilidade do quadril. Em outras palavras, pode ocorrer artrose, ou desgaste articular.

Figura 2 – Clique para ampliar

A operação desenvolvida por Ganz consistia em fazer uma osteotomia (um corte ósseo) em torno do acetábulo (a cirurgia chama-se osteotomia peri-acetabular  de Ganz (Figura 2), ou PAO – PeriAcetabular Osteotomy, ou ainda Bernese osteotomy, pois ele morava em Berna na época). Depois que ele seccionava o osso ao redor do acetábulo, esse fragmento ficava livre para mover-se, e ele utilizava essa liberdade para cobrir adequadamente a cabeça femoral e então corrigir a displasia.

A cirurgia foi um sucesso, promovendo o alívio da dor, sendo efetiva a longo prazo. Recentemente ele publica resultados com 20 anos de seguimento mostrando acima de 70% de resultados bons ou satisfatórios.

 

Figura 3 – Clique para ampliar

Porém, alguns pacientes submetidos à cirurgia de Ganz queixavam-se de dor na virilha depois da operação. A dor desta vez apresentava característica diferente da dor de antes, quando os pacientes tinham displasia. Quando ele examinava esses pacientes, observava que eles possuíam deficiência de rotação interna quando o quadril estava dobrado a 90º e essa posição ainda por cima provocava-lhes dor. (Figura 3)

Observou também que haviam alguns pacientes na sua clínica que nunca haviam sido submetidos a nenhum tipo de cirurgia para displasia, com a mesma faixa etária, geralmente jovens e praticantes de atividades físicas das mais diversas e com os mesmos sintomas.

 

Figura 4 – Clique para ampliar

O que estava provocando a dor ? Só podia ser o mesmo tipo de conflito entre o colo do fêmur e a borda do acetábulo provocando alguma lesão. Frequentemente os pacientes colocam a mão em forma de C sobre o quadril, o que foi descrito por Thomas Byrd como sinal do C (Figura 4).

 

 

 

 

Figura 5 – Clique para ampliar

Mas que tipo de conflito? No caso da super-correção da displasia era evidente que a borda acetabular havia sido demasiadamente mobilizada. Observando radiografias e trabalhos de outro autor (11), Ganz imaginou que o impacto podia ter dois tipos de origem: aquele que vem da parte acetabular, que chamou de PINCER (Figura 5) e o que vem da parte femoral, o que chamou de CAM (Figura 5) .

 

 

Figura 6 – Clique para ampliar

A palavra CAM vem do desenho de uma estrutura que existe dentro do motor dos automóveis (Figura 6) que tem raios de curvatura diferentes, como um ovo. Isso, quando em movimento circular dentro do motor do carro permite empurrar outra peça do motor.

Hoje em dia sabe-se que os impactos são do tipo combinado (Pincer-Cam) em mais de 80% dos casos.
Tanto o tipo PINCER quanto o tipo CAM, apesar de algumas diferenças clínicas entre eles, causam o mesmo tipo de conflito: o choque anormal do fêmur contra a borda do acetábulo. No meio desse conflito ósseo existem partes moles que sofrem as conseqüências, rompendo-se.

 

Figura 7 – Clique para ampliar

Muitas vezes os pacientes perguntam porquê, se a doença é crônica e provavelmente sempre tiveram esse conflito ósseo, não sentiam dor no passado. A resposta a essa questão é que, até ocorrer ruptura do lábio acetabular, (geralmente isso acontece na transição condro-labial (Figura 7) , ou seja, entre estruturas de densidades diferentes, pois a cartilagem é bem mais fraca que o lábio, que por sua vez é bem mais fraco que o osso) não há dor.

Mas como o impacto ósseo é bem mais precoce que a dor, não é incomum o médico ouvir queixas de desconforto ao sentar e levantar, ao vestir e amarrar sapatos, queixa de que sempre teve os músculos “encurtados”, que nunca conseguiam fazer ou acompanhar os alongamentos dos colegas de escola e outras queixas não relacionadas à dor.
Tudo o que foi escrito acima parece tão óbvio hoje. Porém, desde a década de 50, observam-se nos trabalhos científicos publicados, que as artroses (desgastes) do quadril são divididas em causas primárias e secundárias. As primárias são assim chamadas porque ninguém sabe o que causou aquele desgaste articular. As secundárias são decorrentes de doenças conhecidas, como uma doença articular inflamatória que lesou a cartilagem articular ou seqüela de traumatismo no quadril entre outras. O ponto comum dessas doenças é que a lesão da cartilagem articular inicia e progride, acontecendo então o desgaste articular.

Quando Ganz chamou atenção ao impacto fêmoro-acetabular, imediatamente isto associou-se a origem de muitas artroses “primárias”, já que as alterações nos exames de imagem são sutis, ao exame físico também, ou seja, muitas artroses de causa desconhecida são causadas pelo IFA. Sendo assim, temos a chance de mudar a história natural do ciclo impacto-lesão mais impacto-mais lesão articular quando intervimos nesses quadris, procurando retardar este ciclo vicioso. Pelo fato do tratamento do IFA, tanto quando feito de forma aberta ou de forma artroscópica já estar em uso frequente no mundo todo, o que se espera é que consigamos alterar a história natural da artrose, ou seja, terminando em desgaste articular inexorável no quadril afetado pelo impacto. O que já se sabe é que para tratar a dor e melhorar a função desses quadris, as técnicas são comprovadamente eficientes. Se vamos conseguir alterar a história natural da artrose, isso requer mais tempo de seguimento dos casos que já estão sendo operados.
Resumindo a evolução do tratamento do IFA, quando não se sabia que as lesões do lábio acetabular eram causadas pelo impacto ósseo, somente cerca de 20% dos pacientes melhoravam após a intervenção isolada no lábio. Temos alguns exemplos conhecidos desse tipo de tratamento isolado do lábio acetabular em atletas profissionais, há alguns anos atrás. Depois, passou-se a identificar as sutis alterações ósseas causando as lesões de partes moles dentro da articulação. Quando passou-se a tratar tanto o lábio acetabular quanto as alterações do formato do osso ao redor, esse resultado mudou bastante, para cerca de 80% de bons resultados.

Depois de mais algum tempo, naturalmente ocorreu a preocupação em não mais remover o lábio doente e sim repará-lo, já que sabe-se que o lábio tem funções importantes e deve ser preservado o quanto possível. Preservá-lo tanto quanto possível é o ideal. Hoje em dia o tratamento do IFA consiste em melhorar as alterações da anatomia óssea alterada, tanto no lado femoral quanto no lado acetabular e também reparar a lesão do lábio acetabular, o que melhorou ainda mais os resultados da operação, tanto quando realizada de forma aberta quanto de forma endoscópica.

 

3. REVISÃO DE LITERATURA ATUAL

Ganz, baseado na experiência clinica de mais de 700 luxações cirúrgicas do quadril (12), afirma que o impacto fêmoro-acetabular gera o desenvolvimento de artrose precoce de quadris não displásicos (13). O conceito é baseado mais no movimento do que na carga axial do quadril. O impacto pode resultar de anormalidades no formato articular, que afetam o acetábulo e o fêmur proximal ou pode ocorrer em pacientes que submetem o quadril a amplitudes de movimento extremas e supra-fisiológicas. Dependendo da causa subjacente, o impacto fêmoro-acetabular resulta em lesão do lábio e da cartilagem acetabular.

Parâmetros clínicos, radiográficos e intra-operatórios podem ser usados para confirmar o diagnóstico (10,13,15,16,18-20,27,41-46). O tratamento cirúrgico do impacto fêmoro-acetabular é baseado na melhora da amplitude de movimento, aliviando o impacto do fêmur contra o rebordo acetabular e suas conseqüências (47). Acredita-se que a intervenção cirúrgica precoce, além de aliviar os sintomas, possa desacelerar a progressão do processo degenerativo.

O reconhecimento do impacto fêmoro-acetabular exige e análise cuidadosa de pequenas anormalidades da extremidade proximal do fêmur, assim como anormalidades na orientação ou profundidade do acetábulo, que podem causar dificuldade para o movimento (44). A rotação interna é o movimento mais critico. Este assunto não é novo. Preiser em 1911 (48) já especulava sobre a relação entre a rotação interna reduzida e o desenvolvimento posterior da osteoartrose, entretanto o conceito moderno de impacto fêmoro-acetabular foi descrito somente há uma década (13). Embora o impacto fêmoro-acetabular possa localizar-se em qualquer lugar da articulação, o local mais comum é a região anterolateral, sendo produzido pela rotação interna do fêmur em flexão de 90° do quadril. No teste do impacto anterior, realizado com rotação interna máxima e 90° de flexão passiva do quadril, observa-se diminuição da rotação interna do quadril e dor associada (49). Flexão e adução do quadril levam ao conflito do colo femoral com o rebordo acetabular.

Rotação interna associada provoca forcas cisalhantes no lábio acetabular, similarmente aos meniscos dos joelhos, estimulando as terminações nervosas. Isso provoca dor inguinal aguda em pacientes com o lábio roto ou degenerado (15). Movimentos em alta velocidade são mais destrutivos que o impacto em baixa velocidade, o que torna mais susceptíveis os atletas ou pacientes que praticam atividade física extenuante (37,50).

Dois tipos distintos de impacto fêmoro-acetabular foram identificados (13), sendo freqüentemente combinados (16). O primeiro é caracterizado por impacto linear do rebordo acetabular contra a junção cabeça-colo femoral devido a uma sobre cobertura acetabular local (ex. retroversão acetabular) ou global (ex.coxa profunda ou protusão acetabular), chamado tipo PINCER. O segundo tipo ocorre com a compressão da extensão não esférica da cabeça femoral na cavidade acetabular, chamado tipo CAME. O tipo CAME foi descrito em 1968 por Carlioz (11).

Figura 8 – Clique para ampliar

Alterações da forma dos ossos não são necessariamente visíveis em radiografias de bacia tomada na posição de frente. Incidências laterais, mais freqüentemente, revelam extensão não esférica do contorno anterolateral da cabeça femoral. Quando a não esfericidade é vista na radiografia AP é denominada deformidade em cabo de pistola (8,9). O impacto de causas femorais (idiopática, epifisiolise, retroversão pós traumática da cabeça femoral, deformidade secundária a doença de Perthes ou necrose avascular da cabeça femoral) é chamado impacto tipo CAME. O setor não esférico da cabeça ou da junção cabeça-colo é comprimido dentro do acetábulo provocando abrasão de “fora para dentro” ou avulsão da cartilagem articular, enquanto o lábio num primeiro momento permanece intacto (10). Com o tempo, a substância do lábio desinserido degenera, enquanto a região da borda lateral permanece com sua textura normal por longo período (15), permitindo sua refixação (51). A preservação de qualquer porção sadia do lábio é importante devido ao fato do lábio no quadril normal funcionar como lubrificador da articulação, distribuidor de pressão e absorvedor de choques (52-55). O sucesso da refixação já foi comprovado por artro-RNM e artroscopias. A cartilagem que recobre a parte esférica da cabeça permanece intacta por um longo período, ao contrário da cartilagem da região não esférica que mostra sinais degenerativos progressivos (10). A quantificação da anesfericidade da cabeça femoral pode ser mensurada através do ângulo α (ângulo de Nötzli) (Figura 8) (41), formado pelo eixo do colo femoral e uma linha conectando o centro da cabeça com o ponto do início da esfericidade do contorno cabeça-colo femoral. Um ângulo maior que 50° é indicativo de anormalidade do tipo CAME.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Murray RO. The aetiology of primary osteoarthritis of the hip. Br J Radiol. 1965; 38:810–24.
2. Solomon L. Patterns of osteoarthritis of the hip. J Bone Joint Surg Br. 1976; 58:176–83.
3. Solomon L. Studies on the pathogenesis of osteoarthritis of the hip. Trans Coll Med South Africa. 1981:104–24.
4. Solomon L. Geographical and anatomical patterns of osteoarthritis. Br J Rheumatol. 1984; 23:177–80.
5. Solomon L, Beighton P. Osteoarthrosis of the hip and its relationship to pre-existing in an African population. J Bone Joint Surg Br. 1973; 55:216–7.
6. Solomon L, Schnitzler CM, Browett JP. Osteoarthritis of the hip: the patient behind the disease. Ann Rheum Dis. 1982; 41:118–25.
7. Harris WH. Primary osteoarthritis of the hip: a vanishing diagnosis. J Rheumatol. 1983; 9(Suppl):64.
8. Harris WH. Etiology of osteoarthritis of the hip. Clin Orthop Relat Res. 1986; (213):20–33.
9. Harris WH, Bourne RB, Oh I. Intra-articular acetabular labrum: a possible etiological factor in certain cases of osteoarthritis of the hip. J Bone Joint Surg Am. 1979; 61:510–4.
10. Ganz R, Leunig M, Leunig-Ganz K, Harris WH. The etiology of osteoarthritis of the hip: an integrated mechanical concept. Clin Orthop Relat Res. 2008; 466: 264-72. 31
11. Carlioz H, Pous JG, Rey JC. Les epiphysiolyses femorales superieures. Rev Chir Orthop Reparatrice Appar Mot. 1968, 54:387-491.
12. Ganz R, Gill TJ, Gautier E, Ganz K, Krügel N, Berlemann U.. Surgical dislocation of the adult hip a technique with full access to the femoral head and acetabulum without the risk of avascular necrosis. J Bone Joint Surg Br. 2001; 83:1119-24.
13. Ganz R, Parvizi J, Beck M, Leunig M, Nötzli H, Siebenrock KA. Femoroacetabular impingement: a cause for osteoarthritis of the hip. Clin Orthop Relat Res. 2003; (417): 112-20.
14. Wagner S, Hofstetter W, Chiquet M, Mainil-Varlet P, Stauffer E, Ganz R, et al. Early osteoarthritic changes of human femoral head cartilage subsequent to femoroacetabular impingement. Osteoarthritis Cartilage. 2003; 11: 508-18.
15. Ito K, Leunig M, Ganz R. Histopathologic features of the acetabular labrum in femoroacetabular impingement. Clin Orthop Relat Res. 2004; (429):262-71
16. Beck M, Kalhor M, Leunig M, Ganz R. Hip morphology influences the pattern of damage to the acetabular cartilage: femoroacetabular impingement as a cause of early osteoarthritis of the hip. J Bone Joint Surg Br. 2005; 87:1012-8.
17. Stulberg SD. Unrecognized childhood hip disease: a major cause of idiopathic osteoarthritis of the hip. In: 3rd Open Scientific Meeting of the Hip Society. St Louis, MO: CV Mosby; 1975. p.212–30.
18. Jäger M, Wild A, Westhoff B, Krauspe.R. Femoroacetabular impingement caused by a femoral osseous head–neck bump deformity: clinical, radiological, and experimental results. J Orthop Sci. 2004; 9:256–63. 32
19. Siebenrock KA, Schoeniger R, Ganz R. Anterior femoro-acetabular impingement due to acetabular retroversion. Treatment with periacetabular osteotomy. J Bone Joint Surg Am. 2003; 85:278–86.
20. Tanzer M, Noiseux N. Osseous abnormalities and early osteoarthritis: the role of hip impingement. Clin Orthop Relat Res.2004; (429):170–7.
21. Ecker TM, Tannast M, Puls M, Siebenrock KA, Murphy SB. Pathomorphologic alterations predict presence or absence of hip osteoarthrosis. Clin Orthop Relat Res. 2007; 465:46-52
22. Crestani MV, Teloken MA, Gusmão PDF. Impacto fêmoro-acetabular: uma das condições precursoras da osteoartrose do quadril. Rev Bras Ortop. 2006; 41:285-93.
23. Beaulé PE, Clohisy JC, Schoenecker P, Kim YJ, Millis M, Trousdale RT. Hip arthroscopy: an emerging gold standard. Arthroscopy. 2007; 23:682.
24. Beck M, Leunig M, Parvizi J, Boutier V, Wyss D, Ganz R. Anterior femoroacetabular impingement: part II. Midterm results of surgical treatment. Clin Orthop Relat Res. 2004; (418):67–73.
25. Murphy S, Tannast M, Kim YJ, Buly R, Millis MB. Debridement of the adult hip for femoroacetabular impingement: indications and preliminary clinical results. Clin Orthop Relat Res.2004; (429):178–81.
26. Peters CL, Erickson JA. Treatment of femoro-acetabular impingement with surgical dislocation and debridement in young adults. J Bone Joint Surg Am. 2006; 88:1735–41.
27. Philippon MJ, Stubbs AJ, Schenker ML, Maxwell RB, Ganz R, Leunig M. 33 Arthroscopic management of femoroacetabular impingement: osteoplasty technique and literature review. Am J Sports Med. 2007; 35:1571-80.
28. Brückl R, Hepp WR, Tönnis D. Eine Abgrenzung normaler und dysplastischer Hüftgelenke durch den Hüftwert. Arch Orthop Unfallchir. 1972; 74:13-32.
29. Busse J, Gasteiger W, Tönnis D. Eine neue methode zur röntgenologischen beurteilung eines hüftgelenkes — der hüftwert. Arch Orthop Unfallchir. 1972; 72: 1-9.
30. Byrd JW. Avoiding the labrum in hip arthroscopy. Arthroscopy. 2000; 16:770-3.
31. Harris WH. Traumatic arthritis of the hip after dislocation and acetabular fractures: Treatment by mold arthroplasty. An end-result study using a new method of result avaluation. J Bone Joint Surg Am. 1969; 51:737-55.
32. Marchetti P, Binazzi R, Vaccari V, Girolami M, Morici F, Impallomeni C, et al. Long-term results with cementless Fitek (or Fitmore) cups. J Arthroplasty. 2005; 20:730-7.
33. Eijer H, Leunig M, Mahomed MN, Ganz R. Crosstable lateral radiograph for screening of anterior femoral head–neck offset in patients with femoro-acetabular impingement. Hip International. 2001; 11:37–41.
34. Lequesne M, De Sèze S. False profile of the pelvis: a new radiographic incidence for the study of the hip. Its use in dysplasias and different coxopathies. Rev Rhum Mal Osteoartic. 1961; 28:643–652
35. Siebenrock KA, Kalbermatten DF, Ganz R. Effect of pelvic tilt on acetabular retroversion: a study of pelves from cadavers. Clin Orthop Relat Res. 2003; (407):241-8. 34
36. Byrd JW, Pappas JN, Pedley MJ. Hip arthroscopy: an anatomic study of portal placement and relationship to the extra-articular structures. Arthroscopy. 1995; 11:418-23.
37. Philippon MJ, Schenker ML. Arthroscopy for the treatment of femoroacetabular impingement in the athlete. Clin Sports Med. 2006; 25:299-308.
38. Outerbridge RE. The etiology of chondromalacia patellae. J Bone Joint Surg Br. 1961; 43:752-7.
39. Lienert JJ, Rodkey WG, Steadman JR, Philippon MJ, Seklia JK. Microfracture techniques in hip arthroscopy. Oper Tech Orthop. 2005; 15:267-72.
40. Polesello GC, Honda EK, Souza BGC, Guimarães RP, Junior WR, Ono NK. Poste Perineal modificado para artroscopia de quadril: um equipamento mais seguro para tração articular. In: 12º Congresso de Ortopedia e Traumatologia do Estado de São Paulo (COTESP). Campinas, SP, 2008. São Paulo: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; 2008.
41. Nötzli HP, Wyss TF, Stöcklin CH, Schmid MR, Treiber K, Hodler J. The contour of the femoral head–neck junction as a predictor for the risk of anterior impingement. J Bone Joint Surg Br. 2002; 84:556–60.
42. Werlen S, Leunig M, Ganz R. Magnetic resonance arthrography of the hip in femoroacetabular impingement: technique and findings. Oper Tech Orthop. 2005; 15:191–203.
43. Jamali AA, Mladenov K, Meyer DC, Martinez A, Beck M, Ganz R, et al. Antero-posterior pelvic radiographs to assess acetabular retroversion: high validity of the “cross-over-sign”. J Orthop Res. 2007; 25:758-65. 35
44. Tannast M, Siebenrock KA, Anderson SE. Femoroacetab
ular impingement: radiographic diagnosis–what the radiologist should know. AJR Am J Roentgenol. 2007; 188:1540-52.
45. Kalberer F, Sierra RJ, Madan SS, Ganz R, Leunig M. Ischial spine projection into the pelvis: a new sign for acetabular retroversion. Clin Orthop Relat Res. 2008; 466:677-83.
46. Sampson TG. Arthroscopic treatment of femoro-acetabular impingement: a proposed technique with clinical experience. Instr Course Lect. 2006; 55:337-46.
47. Lavigne M, Parvizi J, Beck M, Siebenrock KA, Ganz R, Leunig M. Anterior femoroacetabular impingement: part I. Techniques of joint preserving surgery. Clin Orthop Relat Res. 2004; (418):61-66.
48. Preiser G. Statische Gelenkerkrankungen. Enke, Stuttgart; 1911. p.78
49. Leunig M, Beck M, Dora C, Ganz R. Femoroacetabular impingement: etiology and surgical concept. Oper Tech Orthop. 2005; 15:247-55.
50. Guanche CA, Sikka RS. Acetabular labral tears with underlying chondromalacia: a possible association with high-level running. Arthroscopy. 2005; 21:580-5.
51. Espinosa N, Rothenfluh DA, Beck M, Ganz R, Leunig M. Treatment of femoro-acetabular impingement: preliminary results of labral refixation. J Bone Joint Surg Am. 2006; 88:925-35.
52. Ferguson SJ, Bryant JT, Ganz R, Ito K. The acetabular labrum seal: a poroelastic finite element model. Clin Biomech (Bristol, Avon). 2000a; 15:463-8. 36
53. Ferguson SJ, Bryant JT, Ganz R, Ito K. The influence of the acetabular labrum on hip joint cartilage consolidation: a poroelastic finite element model. J Biomech. 2000b; 33:953-60.
54. Ferguson SJ, Bryant JT, Ito K. The material properties of the bovine acetabular labrum. J Orthop Res. 2001; 19:887-96.
55. Ferguson SJ, Bryant JT, Ganz R, Ito K. An in vitro investigation of the acetabular labral seal in hip joint mechanics. J Biomech. 2003; 36:171-8.
56. Leunig M, Beck M, Kalhor, M, Kim YJ, Werlen S, Ganz R. Fibrocystic changes at anterosuperior femoral neck: prevalence in hips with femoroacetabular impingement. Radiology. 2005; 236:237-46.
57. Pitt MJ, Graham AR, Shipman JH, Birkby W. Herniation pit of the femoral neck. AJR Am J Roentgenol. 1982; 138:1115–21.
58. Kim YT, Azuma H. The nerve endings of the acetabular labrum. Clin Orthop Relat Res. 1995; (320):176-81.
59. Smith-Petersen MN. Treatment of malum coxae sinilis, old slipped upper femoral epiphysis, intrapelvic protusion of the acetabulum, and coxa plana by means of acetabuloplasty. J Bone Joint Surg Am. 1936; 18:869-80.
60. Clohisy JC, McClure JT. Treatment of anterior femoroacetabular impingement with combined hip arthroscopy and limited anterior decompression. Iowa Orthop J. 2005; 25:164–71.
61. Ribas M, Ginebreda I, Candioti L, Vilarrubias JM. Surgical treatment of the anterior femoroacetabular impingement syndrome of the hip. J Bone Joint Surg Br. 2005; 87 (Suppl. I):84. 37
62. Wettstein M, Dienst M. Hip arthroscopy for femoro-acetabular impingement. Orthopade. 2006; 35:85–93.
63. Sampson TG. Arthroscopic treatment of femoroacetabular impingement: a proposed technique with clinical experience. Instr Course Lect. 2006; 55:337–46.
64. Lage LA, Costa RC. Artroscopia do quadril: indicações e técnica. Rev Bras Ortop. 1995; 30:555-8.
65. Dvorak M, Duncan CP, Day B. Arthroscopic anatomy of the hip. Arthroscopy. 1990; 6:264-73.
66. Robertson WJ, Kelly BT. The safe zone for hip arthroscopy: a cadaveric assessment of central, peripheral, and lateral compartment portal placement. Arthroscopy. 2008. [In press] [Available online 24 June 2008]
67. Sussmann PS, Ranawat AS, Shehaan M, Lorich D, Padgett DE, Kelly BT. Vascular preservation during arthroscopic osteoplasty of the femoral head-neck junction: a cadaveric investigation. Arthroscopy. 2007; 23:738-43.
68. Gautier E, Ganz K, Krugel N, Gill T, Ganz R. Anatomy of the medial femoral circumflex artery and its surgical implications. J Bone Joint Surg Br. 2000; 82:679–83.
69. Kelly BT, Weiland DE, Schenker ML, Philippon MJ. Arthroscopic labral repair in the hip: surgical technique and review of the literature. Arthroscopy. 2005; 21:1496–504.
70. Mardones RM, Gonzalez C, Chen Q, Zobitz M, Kaufman KR, Trousdale RT. Surgical treatment of femoroacetabular impingement: evaluation of the effect of the size of the resection. J Bone Joint Surg Am. 2005; 87:273-9.38
71. Sussman PS, Ranawat AS, Lipman J, Lorich DG, Padgett DE, Kelly BT. Arthroscopic versus open osteoplasty of the head-neck junction: a cadaveric investigation. Arthroscopy. 2007; 23: 1257-64.
72. Stähelin L, Stähelin T, Jolles BM, Herzog RF. Arthroscopic offset restoration in femoroacetabular cam impingement: accuracy and early clinical outcome. Arthroscopy, 2008; 24:51-57.ie.
73. Parvizi J, Ganz R, Beck M, Leunig M, Sibenrock K. Femoroacetabular impingement: mid-term clinical results. Abstracts from the AAHKS Thirteenth Annual Meeting. J Arthroplasty. 2004; 19:261-2.
74. Zebala L, Clohisy JC, Hinkle S, McClure JT, Robison JF. Adult reconstruction hip 5: nonarthroplasty operative treatments, economic issues and miscellaneous. Combined hip arthroscopy and limited open osteochondroplasty for treating impingement disease. [Podium 468] In: 2007 Annual Meeting Podium Presentations. San Diego: American Academy of Orthopaedic Surgeons, American Association of Orthopaedic Surgeon; 2007.
75. Ribas M, Ginebreda I, Candioti L, Vilarrubias JM. Surgical treatment of the anterior femoroacetabular impingement syndrome of the hip. J Bone Joint Surg Br. 2005; 87 (Suppl. I):84.
76. Larson ML, Giveans MR. Arthroscopic management of femoroacetabular impingement: early outcomes measures. Arthroscopy. 2008; 24: 540-6.
77. Philippon M, Schenker M, Briggs K, Kuppersmith D. Femoroacetabular impingement in 45 professional athletes: associated pathologies and return to sport following arthroscopic decompression. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2007; 15:908-14.
78. Sampson TG. Arthroscopic treatment of femoroacetabular impingement. Techniques in Orthopaedics. Hip Arthroscopy. 2005; 20:56-62.
79. Ilizaliturri VM Jr, Orozco-Rodriguez L, Acosta-Rodríguez E, Camacho-Galindo J. Arthroscopic treatment of cam-type femoroacetabular impingement. Arthroplasty. 2008; 23:226-34.
80. Byrd JWT, Jones KS. Hip arthroscopy for labral pathology: prospective analysis with 10-year follow-up (SS-57). Arthroscopy. 2008; 24(suppl):e32-e33.
81. Eijer H, Myers SR, Ganz R. Anterior femoroacetabular impingement after femoral neck fractures. J Orthop Trauma. 2001; 15:475–81.
82. Leunig M, Podeszwa D, Beck M, Werlen S, Ganz R. Magnetic resonance arthrography of labral disorders in hips with dysplasia and impingement. Clin Orthop Relat Res. 2004; (418):74–80.
83. Strehl A, Ganz R. Anterior femoroacetabular impingement after healed femoral neck fractures. Unfallchirurg. 2005; 108:263–73.
84. Kubiak-Langer M, Tannast M, Murphy SB, Siebenrock KA, Langlotz, F. Range of motion in anterior femoroacetabular impingement. Clin Orthop Relat Res. 2007; 458:117-24.
85. Sadri H, Hoffmeyer P. Treatment of femoroacetabular impingement by hip arthroscopy compared to open surgery with a minimum 2 year follow-up. In: Advances in Hip Arthroscopy Meeting. Paris; 2006 ;40
86. Martin RL, Philippon MJ. Evidence of validity for the hip outcome score in hip arthroscopy. Arthroscopy. 2007; 23:822-6.
87. Tannast M, Goricki D, Beck M, Murphy SB, Siebenrock KA. Hip damage occurs at the zone of femoroacetabular impingement. Clin Orthop Relat Res. 2008;
(466):273-80.
88. Farjo LA, Glick JM, Sampson TG. Hip arthroscopy for acetabular labral tears. Arthroscopy. 1999; 15: 132–7.
89. McCarthy J, Noble P, Aluisio FV, Schuck M, Wright J, Lee JA. Anatomy, pathologic features, and treatment of acetabular labral tears. Clin Orthop Relat Res. 2003; (406):38–47.
90. McCarthy JC, Noble PC, Schuck MR, Wright J, Lee J. The Otto E. Aufranc Award: The role of labral lesions to development of early degenerative hip disease. Clin Orthop Relat Res. 2001; (393):25–37.
91. Wenger DE, Kendell KR, Miner MR, Trousdale RT. Acetabular labral tears rarely occur in the absence of bony abnormalities. Clin Orthop Relat Res. 2004; (426):145–50.
92. Kim KC, Hwang DS, Lee CH, Kwon ST. Influence of femoro-acetabular impingement on results of hip arthroscopy in patients with early osteoarthritis. Clin Orthop Relat Res. 2007; 456:128–32.
93. Byers PD, Contepomi CA, Farkas TA. A post mortem study of the hip joint: including the prevalence of the features of the right side. Ann Rheum Dis. 1970; 29:15–31. 41
94. Harrison MH, Schajowicz F, Trueta J. Osteoarthritis of the hip: a study of the nature and evolution of the disease. J Bone Joint Surg Br. 1953; 35B:598–626.
95. Lage LA, Costa RC. Villar RN. A importância do “labrum” acetabular: revisão da literatura. Rev Bras Ortop. 1996; 31:792-6.
96. Kim YH. Acetabular dysplasia and osteoarthritis developed by an eversion of the acetabular labrum. Clin Orthop Relat Res. 1987; (215):289–95.
97. Ikeda T, Awaya G, Suzuki S, Okada Y, Tada H. Torn acetabular labrum in young patients: arthroscopic diagnosis and management. J Bone Joint Surg Br. 1988; 70:13–6.
98. Santori N, Villar RN. Acetabular labral tears: result of arthroscopic partial limbectomy. Arthroscopy. 2000; 16:11-5.
99. Clarke MT, Arora A, Villar RN. Hip arthroscopy: complications in 1054 cases. Clin Orthop Relat Res. 2003; (406):84–8.
100. Griffin DR, Villar RN. Complications of arthroscopy of the hip. J Bone Joint Surg Br. 1999; 81:604–6.
101. Sampson TG. Complications of hip arthroscopy. Clin Sports Med. 2001;20: 831–5.
102. Polesello GC, Honda EK, Souza BGC, Dani WS, Guimarães RP, Junior WR, et al. Complicações em artroscopia do quadril. In: In: 12º Congresso de Ortopedia e Traumatologia do Estado de São Paulo (COTESP). Campinas, SP, 2008. São Paulo: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; 2008. 42
103. Shindle MK, Voos JE, Heyworth BE, Mintz DN, Moya LE, Buly RL, et al. Hip arthroscopy in the athletic patient: current techniques and spectrum of disease. J Bone Joint Surg Am. 2007; 89(Suppl 3):29-43.
104. Shindle MK, Kelly BT, Voos JE, Asnis PD, Pruett A. Labral pathology associated with psoas impingement (SS-60). Arthroscopy. 2008; 24:e34.
105. Polesello GC, Honda EK, Souza BGC, Guimarães RP, Junior WR, Ono NK. Aspecto artroscópico, tratamento e resultados de um tipo específico de Lesão do Divisor-de-Águas (Watershed Lesion) do Quadril. In: In: 12º Congresso de Ortopedia e Traumatologia do Estado de São Paulo (COTESP). Campinas, SP, 2008. São Paulo: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; 2008.

Outras notícias

Primeira viagem de Lula após a cirurgia do quadril

Primeira viagem de Lula após a cirurgia do quadril

Veja vídeo no canal do YouTube do O Povo News, falando a respeito da primeira viagem do presidente Lula após a cirurgia do quadril. https://youtu.be/lT6yl9Mj0PY?si=ic9uf_mxwCMCfNBN   Foto de abertura da matéria: Ricardo Stuckert / PR

ler mais
Share This