1. Introdução
Não é de hoje que observamos pacientes, muitas vezes jovens e atléticos com dor no quadril, cujo espaço articular encontra-se preservado às radiografias, os exames laboratoriais e outras imagens absolutamente normais.
Durante muito tempo os ortopedistas permaneceram apáticos diante de tais casos, limitando-se a tratar de seus pacientes por meio apenas sintomático, orientando a mudança de hábitos. Com o crescente incentivo à pratica esportiva em todas as faixas-etárias, tornou-se tarefa difícil o aconselhamento a muitos desses pacientes, que insistem em não modificar os seus saudáveis hábitos. Além disso, a prática esportiva de competição tem requerido esforço e treinamento excessivo do atleta profissional, o que acaba por fazer com que o ortopedista depare-se cada vez mais freqüentemente com lesões mais graves ainda neste grupo em especial.
A técnica artroscópica é eficaz e já reconhecida mundialmente na ajuda aos pacientes com doenças articulares diversas, principalmente na articulação do joelho e ombro. Mais recentemente, ocorreu grande expansão na sua utilização, onde observamos sua utilização em outras articulações, como o tornozelo, punho, cotovelo e até mesmo nas pequenas articulações dos ossos metatarsianos dos pés e na articulação têmporo-mandibular. A articulação do quadril não poderia ser ignorada.
O desenvolvimento da artroscopia do quadril permitiu avaliar as partes moles intra e peri-articulares com precisão e mínima morbidade (morbidade é a capacidade de uma doença deixá-lo confinado numa cama ou num leito de hospital. (Dicionário Houaiss: estado ou condição doentia; enfermidade, abatimento físico e/ou psíquico; ausência de vigor, de força; esgotamento, prostração), além de fornecer aprendizado acerca de afecções que são capazes de produzir quadros altamente dolorosos e de enorme repercussão clínico-funcional.
Diante disso, o interesse natural pela área do quadril foi direcionado à nova e promissora técnica, aceita pela comunidade científica internacional e bem estabelecida, capaz de promover substanciais melhoras tanto em adultos como em crianças.