A ressonância magnética (RM) (Figura 1) é o método que não utiliza radiação ionizante. Permite obter imagens digitais de um segmento do corpo, devido à ressonância dos átomos de hidrogênio dos tecidos, quando submetidos a um alto campo magnético. Os equipamentos que permitem uma melhor avaliação anatômica são os de alto campo (no mínimo 1,0 Tesla) e de campo fechado (com formato em túnel). Atualmente a maioria dos equipamentos é de 1,5T todavia existem os de 3,0 T.
Mesmo em equipamentos de alto campo, é necessário utilizar bobinas ou antenas (Figura 2) que são acopladas no segmento a ser examinado. Estas bobinas emitem ondas de radiofrequência e adquirem o sinal para a formação das imagens.
A RM é o método de escolha na avaliação dos músculos, tendões, ligamentos, lábio acetabular e cartilagem. Habitualmente são adquiridas imagens em diferentes tipos de sequências, umas mais anatômicas (T1) e outras sensíveis a líquido ou edema (T2) (Figura 3).
Se houver dúvida diagnóstica na RM (Figura 4), a artro-RM pode trazer maiores informações quanto a avaliação das estruturas dentro da articulação. Na artro-RM (Figura 5) distende-se a articulação com uma solução líquida contendo meio de contraste iodado não iônico, meio de contraste paramagnético (quelato de gadolínio) e anestésico.
A punção da articulação é orientada pelo radioscopia (RX) e a agulha é posicionada no local assinalado com um “x”. Um meio de contraste iodado (Figura 6) é utilizado para se certificar que o líquido está sendo injetado dentro da articulação e aparece radiopaco (branco).
O meio de contraste paramagnético (gadolínio) é que aparece na RM com alto sinal (branco).
O anestésico (bupivacaína ou Marcaína®) é utilizado para determinar se a dor melhora, após ser introduzido o anestésico dentro da articulação. Se a causa da dor for causada por estruturas fora da articulação, habitualmente a dor não melhora.
A punção da articulação também pode ser orientada pelo ultrassom ou pela tomografia computadorizada.
Sempre é realizada uma manobra de dobrar e rodar para dentro o quadril, antes e após a introdução intra-articular da solução do meio de contraste + anestésico, para definir a intensidade da dor. Se houver melhora da dor após a introdução intra-articular do anestésico, há indícios de que a dor tenha relação com alguma alteração numa estrutura dentro da articulação.
Após o exame de artro-RM, eventualmente pode-se sentir dor no trajeto da agulha, logo após passar o efeito do anestésico local. Um analgésico como paracetamol (Tylenol) pode ser utilizado.
A sensação de inchaço na articulação pode persistir por algumas horas. A própria membrana que reveste a articulação absorve a solução líquida, que depois é eliminada pela urina.
Recomenda-se não realizar nenhuma atividade física intensa no dia da realização do exame.
Quais são as contra-indicações do método:
a) pacientes portadores de marca-passo, neuroestimuladores ou estimuladores de crescimento;
b) pacientes com clipes de aneurisma cerebral de origem não especificada;
c) gestantes com menos de 12 semanas;
d) fixadores externos;
e) algumas próteses metálicas no ouvido.
Não são contra-indicações:
a) portadores de próteses metálicas (cardíacas ou ortopédicas)
Limitações:
a) pacientes claustrofóbicos;
b) pacientes renais crônicos, se houver necessidade de utilizar meio de contraste paramagnético por via intravenosa. Alguns dados laboratoriais devem ser checados antes da administração do meio de contraste.